"O início de um ano traz consigo a promessa de dias inteiros novinhos em folha, de semanas por estrear, de meses para encher de coisas boas e de acontecimentos inesquéciveis. É sempre nesta altura que temos a certeza (ou a esperança...) de que finalmente a nossa vida vai mudar, que vamos encontrar o que procuramos (mesmo que não saibamos mesmo o que é), conseguir realizar parte dos nossos sonhos e cumprir tudo aquilo que há tanto tempos nos propomos e que acaba sempre por ficar adiado. É pelo menos no que acreditamos quando cumprimos os rituais das 12 passas, do champanhe da meia-noite, da entrada com o pé direito, da festa com que saudamos o que de novo vai entrar na nossa vida. Também sabemos que este "paraíso" sonhado se desvanece com a última badalada e que nem só de boas coisas se fará um ano que começa novo e cheio de energia mas que acabará velho, cansado e muitas vezes esfrangalhado pelo inesperado que interrompeu os nossos planos e nos fez mudar de rumo. É por isso que gostamos de manter a tradição de mandar embora o "ano velho" com imenso barulho, empurrando o que de desagradável nele houve com o som das colheres de pau a bater nos tachos e nas tampas das panelas mais estragadas que há lá em casa. É uma forma de exorcisarmos os nossos temores, de nos prepararmos para enfrentar um dia-a-dia que tem mais dificuldades e contrariedades do que desejaríamos.
2010 vai ser um ano difícil. A nível económico, claro, político, quase de certeza. Mas não tem de ser necessariamente negativo a nivel individual - as crises ajudam-noss a reorganizar prioridades e valores e perceber que a mudança não tem de passar por outra casa, outro carro ou outro emprego. Há um mundo de possibilidades dentro de nós á espera de que tenhamos tempo de as descobrir. Talvez 2010 seja um bom ano para o fazer!"
in nm
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